León Ferrari

Vista das obras de [view of the artworks by] León Ferrari na [at the] 34ª Bienal de São Paulo. © Levi Fanan / Fundação Bienal de São Paulo
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Vista das obras de [view of the artworks by] León Ferrari na [at the] 34ª Bienal de São Paulo. © Levi Fanan / Fundação Bienal de São Paulo
Vista das obras de [view of the artworks by] León Ferrari na [at the] 34ª Bienal de São Paulo. © Levi Fanan / Fundação Bienal de São Paulo

O trabalho de León Ferrari (1920-2013, Buenos Aires, Argentina) é movido pelo desejo de desmascarar a história da violência ocidental, do autoritarismo e dos mecanismos da construção do poder. Ao longo de uma carreira de várias décadas, Ferrari investigou e delatou as relações entre forças militares, políticas e religiosas na constituição das normas e do imaginário social. A produção de Ferrari transita entre distintas linguagens e inclui desenho, caligrafia, assemblage, escultura, instalação e vídeo, recorrendo frequentemente à ironia para questionar os valores que permeiam as diversas instituições (Governo e Igreja, em primeiro lugar) que definem boa parte das sociedades ocidentais.

Em Palabras ajenas [Palavras alheias], publicado em 1967 pela editora argentina Falbo, Ferrari realiza uma espécie de “colagem literária” – como ele mesmo a definiu – composta por trechos extraídos de livros de história, de literatura, da Bíblia e, principalmente, da imprensa escrita (revistas e jornais nacionais e telegramas de agências estrangeiras). O episódio catalisador do trabalho foi a Guerra do Vietnã, que havia se intensificado em 1965. Ferrari condenava o modo como a imprensa manipulava o horror e o sofrimento humanos, anulando o pensamento crítico e superexpondo o público a imagens chocantes. Em Palabras ajenas há um extenso diálogo entre personagens como Adolf Hitler, o papa Paulo VI, Deus, o presidente estadunidense Lyndon B. Johnson e correspondentes de guerra, jornalistas locais, militares, profetas e assessores políticos. O objetivo de Ferrari foi coletar os discursos de quem constituiu o pensamento ocidental e tirá-los de seu contexto para confrontá-los, ressaltando as atrocidades e as mensagens de violência camufladas na retórica política e religiosa.

  1. Caroline A. Jones, Eyesight Alone: Clement Greenberg’s Modernism and the Bureaucratization of the Senses (Chicago: University of Chicago Press, 2005).
  2. Greenberg’s Modernism and the Bureaucratization of the Senses (Chicago: University of Chicago Press, 2005).
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