Seba Calfuqueo

Vista da obra [view of the artwork] <i>Tantas veces apümngeiñ</i> [So many times apümngeiñ] (2016), de [by] Sebastián Calfuqueo, na [at the] 34ª Bienal de São Paulo. © Levi Fanan / Fundação Bienal de São Paulo
Vista da obra [view of the artwork] Tantas veces apümngeiñ [So many times apümngeiñ] (2016), de [by] Sebastián Calfuqueo, na [at the] 34ª Bienal de São Paulo. © Levi Fanan / Fundação Bienal de São Paulo
Vista da obra [view of the artwork] <i>Tantas veces apümngeiñ</i> [So many times apümngeiñ] (2016), de [by] Sebastián Calfuqueo, na [at the] 34ª Bienal de São Paulo. © Levi Fanan / Fundação Bienal de São Paulo
Vista da obra [view of the artwork] Tantas veces apümngeiñ [So many times apümngeiñ] (2016), de [by] Sebastián Calfuqueo, na [at the] 34ª Bienal de São Paulo. © Levi Fanan / Fundação Bienal de São Paulo
Vista da obra [view of the artwork] <i>Tantas veces apümngeiñ</i> [So many times apümngeiñ] (2016), de [by] Sebastián Calfuqueo, na [at the] 34ª Bienal de São Paulo. © Levi Fanan / Fundação Bienal de São Paulo
Vista da obra [view of the artwork] Tantas veces apümngeiñ [So many times apümngeiñ] (2016), de [by] Sebastián Calfuqueo, na [at the] 34ª Bienal de São Paulo. © Levi Fanan / Fundação Bienal de São Paulo
Vista da obra [view of the artwork] <i>Alka Domo</i> (2017), de [by] Sebastián Calfuqueo, na [at the] 34ª Bienal de São Paulo. © Levi Fanan / Fundação Bienal de São Paulo
Vista da obra [view of the artwork] Alka Domo (2017), de [by] Sebastián Calfuqueo, na [at the] 34ª Bienal de São Paulo. © Levi Fanan / Fundação Bienal de São Paulo

A maioria das obras de Seba Calfuqueo (1991, Santiago, Chile) tangencia ou expõe, de maneira crítica e militante, sua ascendência Mapuche e as discriminações que enfrenta em seu cotidiano por pertencer a um grupo étnico indígena e, além disso, por não se encaixar nas narrativas heteronormativas dominantes. Essas questões são colocadas de modo direto e impactante num de seus primeiros trabalhos, You Will Never be a Weye [Você nunca será um Weye] (2015), registro em vídeo de uma performance em que Calfuqueo desmascara a maneira como a história dos Machis Weyes (pessoas que não se ajustavam ao binarismo de gênero) fora apagada em consequência da doutrinação católica imposta pelos colonizadores e das políticas do estado chileno.

É exatamente no cruzamento e na sobreposição de dominações e repressões que a prática de Seba Calfuqueo encontra terreno fértil para instigar uma reflexão sobre o status social, cultural e político do povo e da cultura Mapuche na sociedade chilena contemporânea. É significativo, nesse sentido, que além da sua atuação artística, Calfuqueo integra os coletivos feministas Mapuche Rangiñtulewfü e Yene Revista, e tenha colaborado na publicação de textos em língua Mapuche, visando sua preservação e vivificação. Sua obra tem como ponto de partida frequente o campo ampliado da performance, seja em sua vertente mais clássica, seja como momento a ser registrado em vídeo e depois apresentado no espaço expositivo com elementos utilizados na ação, ou inspirados por ela e conceitualmente relacionados, como as réplicas em cerâmica de galões de água utilizados em Ko ta mapungey ka [Água também é território] (2020), na qual Calfuqueo contrapõe o cenário de violenta exploração capitalista neoliberal da água no Chile à relação simbiótica do povo Mapuche com os rios e os lagos.  



Apoio: Ministerio de Relaciones Exteriores y Ministerio de las Culturas, las Artes y el Patrimonio – Gobierno de Chile

  1. Caroline A. Jones, Eyesight Alone: Clement Greenberg’s Modernism and the Bureaucratization of the Senses (Chicago: University of Chicago Press, 2005).
  2. Greenberg’s Modernism and the Bureaucratization of the Senses (Chicago: University of Chicago Press, 2005).
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