Naomi Rincón Gallardo

Vista da videoinstalação [view of the video-installation] <i>Resiliencia Tlacuache</i> (2019), de [by] Naomi Rincón Gallardo, na [at the] 34ª Bienal de São Paulo. © Levi Fanan / Fundação Bienal de São Paulo
Vista da videoinstalação [view of the video-installation] Resiliencia Tlacuache (2019), de [by] Naomi Rincón Gallardo, na [at the] 34ª Bienal de São Paulo. © Levi Fanan / Fundação Bienal de São Paulo
Vista da videoinstalação [view of the video-installation] <i>Resiliencia Tlacuache</i> (2019), de [by] Naomi Rincón Gallardo, na [at the] 34ª Bienal de São Paulo. © Levi Fanan / Fundação Bienal de São Paulo
Vista da videoinstalação [view of the video-installation] Resiliencia Tlacuache (2019), de [by] Naomi Rincón Gallardo, na [at the] 34ª Bienal de São Paulo. © Levi Fanan / Fundação Bienal de São Paulo
Vista da videoinstalação [view of the video-installation] <i>Sangre Pesada</i> (2018), de [by] Naomi Rincón Gallardo, na [at the] 34ª Bienal de São Paulo. © Levi Fanan / Fundação Bienal de São Paulo
Vista da videoinstalação [view of the video-installation] Sangre Pesada (2018), de [by] Naomi Rincón Gallardo, na [at the] 34ª Bienal de São Paulo. © Levi Fanan / Fundação Bienal de São Paulo

A artista e pesquisadora Naomi Rincón Gallardo (1979, Carolina do Norte, EUA; vive na Cidade do México) transita entre a performance e o vídeo para construir relatos imaginários, frequentemente inspirados em mitos, histórias e depoimentos envolvendo a resistência contra a expropriação heteropatriarcal e colonial mesoamericana. Em suas narrativas, crenças ancestrais se entrelaçam com referências estéticas contemporâneas, como a estética DIY e queer, fazendo surgir um universo visualmente transbordante e saturado, mas também familiar em sua feitura quase artesanal. Rincón Gallardo recorre a estratégias da teoria militante feminista e da teatralidade radical, âmbitos onde atua como artista e provocadora, para imaginar modelos queer de encontros sociais e de interação. A referência direta e explícita, em algumas obras, a episódios da luta das mulheres indígenas por seu território, reafirma a complexidade de uma prática atual e urgente, mas também enredada na densa cosmologia indígena da Mesoamérica. 

Sangre Pesada [Sangue pesado] (2018), por exemplo, tem como ponto de partida uma investigação sobre o universo da mineração em Zacatecas, na região central do México, onde a extração da prata começou já no século 16. Na videoinstalação em três canais, a artista coloca em fricção saberes e mitos locais e a herança destrutiva dos processos coloniais e neocoloniais de exploração predatória. Analogamente, em trabalhos como Resiliencia Tlacuache (2019), ela reflete sobre os processos de expropriação que estão ocorrendo no território de Oaxaca. Ao tratar de questões contemporâneas e prementes por meio de fábulas e lendas frequentemente silenciadas e ocultadas, e ao colocar grande ênfase na musicalidade, o trabalho de Rincón Gallardo vai ao encontro de algumas das questões centrais na própria concepção da 34ª Bienal, como a liberdade que pode emanar de uma produção que se dá em condições de reclusão e invisibilidade, e a importância do canto para resistir a traumas e ameaças de toda ordem.





Apoio: Sistema Nacional de Creadores de Arte 2019-2022 del Fondo Nacional para La Cultura y las Artes

  1. Caroline A. Jones, Eyesight Alone: Clement Greenberg’s Modernism and the Bureaucratization of the Senses (Chicago: University of Chicago Press, 2005).
  2. Greenberg’s Modernism and the Bureaucratization of the Senses (Chicago: University of Chicago Press, 2005).
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